Biografia
*FAMÍLIAS BENEDITO E CONTREIRAS* *UNIDAS PELO MATRIMÓNIO DE ANTÓNIA GONÇALO DA PAIXÃO BENEDITO E JACINTO CONTREIRAS*
A *MEMÓRIA DA MEMÓRIA DE UMA VIDA VERDADEIRA, VIVIDA COM AMOR, CARINHO E MUITOS AFECTOS MARCANTES DA VIDA DE UMA MULHER FRONDOSA* QUE PARTILHOU A SUA *ENERGIA CONTAGIANTE* E TODA A SUA EXPERIÊNCIA DE VIDA DE 81 ANOS*
*Antónia Gonçalo da Paixão Benedito Contreiras*,
Nasceu aos 7 de Agosto de 1940, filha do Avô Milagre e da avó Rita de saudosas memórias.
A filha primogénita dos *Nossos AVÓS, conquistou o primeiro emprego na Ervanária Sambo*.
Costureira de alto gabarito, tinha uma enorme habilidade em confeccionar roupa de alta costura, incluindo o traje universal da noiva, o *vestido*.
A MULHER que nos deixa um legado transversal, fez o curso do Magistério Primário para exercer actividade docente. Professora do ensino primário, cresceu e passou toda a sua juventude no *Bairro Operário* de feliz memória para centenas de famílias honradas, até a data do seu matrimónio no dia *21 de Dezembro de 1963*, na *Igreja do Carmo*, numa cerimónia cheia de requinte, servida pelo restaurante Versalles e acompanhada pelo Conjunto *Os Cunhas*.
Casada com *Jacinto Contreiras*, o seu companheiro de sempre, e na altura Furriel do Exército Português, passa a residir na *Vila Alice* , rua Almeida Garrett, onde nasceria a sua primeira filha, *Sara Marina*, vulgo *Saly*, em 30 de Outubro de 1964.
Em 1966, movida pelo sonho da casa própria, juntamente com o seu esposo, na altura funcionário da Administração civil, mudam-se para o Bairro Popular, Rua de Loulé, onde abririam os olhos, a Dany, o Zé Deodato e a Neide, já em casa construída pelo casal, facto assinalável na família. Costureira de referência, foi com a sua alta costura que ajudou a construir a casa da família.
Em 1972, rumava para Pereira D’Eça (hoje Ondjiva), Cunene, acompanhando o honrado esposo, já Topógrafo da Junta Autónoma de estradas de Angola. Foi nesta região do sul de Angola, onde viria a nascer o seu filho mais novo, Mário Napoleão Henda Benedito Contreiras, em Dezembro de 1974.
Durante os anos de vivência naquela província, desenvolveu actividade política, militando na OMA e muito activa ao lado das saudosas *Olga Chaves e Assunção Vayikeni*.
Regressa à Luanda em 1975 e continua a sua actividade docente como professora na escola 144 e no Magistério Primário à Vila Alice. Mas vale sublinhar que ao regressar do Cunene, depois da dolorosa guerra em 1975, passou a viver no Bairro Popular, Rua da Gabela.
O casal *Jacinto e Antónia*, sempre em busca do melhor para a família, decide mudar-se para o *Bairro Prenda em 1979*. Aqui onde estamos, neste lugar de honra e de memória, uma casa maior e enquadrada no projecto de casas novas.
Sempre com o espírito protector, acolheu várias pessoas da família em sua casa, órfãos, pessoas fugidas da guerra, muitas vezes causando desconforto aos seus, mas a missão dela era reduzir o sofrimento de quem mais necessitava.
Em 1989, por questões de saúde desloca-se à Portugal.
Em Lisboa, acolheu muitos da família que por lá se refugiavam em busca de uma vida melhor, quer académica, quer profissional, tratando-os como filhos biológicos até se organizarem e tomarem o seu próprio rumo.
Antecipadamente reformada, fixou residência no Canadá, em Toronto no ano de *2000* .
Até 2006, leccionou língua Portuguesa, no Colégio Português em Toronto, facto digno de registo e de orgulho para os angolanos na diáspora e não só.
Desde esta altura que fazia anualmente ligação Toronto/ Luanda, para visitar a família. Com um carácter muito especial, sempre esteve ligada a todos os assuntos familiares, transmitindo amor e carinho à todos, da mesma maneira.
Filhos, irmãos, sobrinhos, netos, cunhados, encontravam na *MÃE*, mana, avó, madrinha, comadre, tia Antónia, o conselho amigo, o aconchego, a mediadora. Dava palpite em tudo, sempre com a melhor intenção, para o bem-estar e união da família Benedito Contreiras.
A mana Antónia como carinhosamente era chamada por muitos, enquanto viveu teve a missão de cuidar de todos e sempre com uma preocupação enorme com quem já não tinha o ombro da mãe ou do pai.
Nas suas deslocações à Luanda, trazia malas de lembrancinhas para toda a família, acto que ela considerava uma manifestação de amor e não abdicava disso.
Em 2019, decidiu vir à Luanda para especialmente se reunir e despedir-se em grande com as famílias, Lopes, Benedito e Contreiras, tendo deixado uma mensagem valiosa que devemos considerar um legado e por esta razão devemos todos acatar e não deixar que ninguém destrua a união familiar que ela tanto apregoava.
“Todas as famílias têm problemas, a diferença está no amor que sentimos uns pelos outros. Só com amor se ultrapassam as diferenças e se perdoa qualquer acto aparentemente repreensível”. As últimas palavras da mana, mãe, avó, tia Antónia, para a todos nós foram: “Família unida, jamais será vencida”
Obrigada pela estrela que fostes para todos nós, sabemos que vais continuar a tomar conta de nós, vais continuar a brilhar e a ajudar-nos a brilhar
Antónia Benedito Contreiras é mãe biológica de 5 filhos, 13 netos e 7 bisnetos, mas tinha na sua lista de filhos os sobrinhos e todos os que ela acolheu para cuidar.
Descansa em Paz
*Que Grandeza de Mulher*. Minha Tia, Minha Madrinha de Casamento, Minha Conselheira. Mas ouvi pouco e percebi pouco o alcance dos sábios conselhos e aconselhamentos. Vou melhorar o texto e procurar ser infalível para não trair a memória da Mãe, irmã, avó, bisavó, tia, cunhada, madrinha de baptismo, casamento, comadre, prima, vizinha, amiga dos nossos amigos, companheira de muitas batalhas, juíza e defensora de causas nobres. *MULHER FRONDOSA* , vai descansar em PAZ.
*OBRIGADO MINHA* *QUERIDA TIA E* *MADRINHA*, *PELOS SÁBIOS ENSINAMENTOS E PRAZEROSO CONVÍVIO*
*AOS 13 DIAS DE NOVEMBRO*