In Memorium
Percurso

Biografia de Francisco Pinto Balsemão

Francisco José Pereira Pinto Balsemão nasceu a 1 de setembro de 1937, na extinta freguesia de Santa Isabel, em Lisboa.

Filho de Henrique Patrício Pinto Balsemão (Guarda, 9 de Setembro de 1897 - ?) e de sua esposa (Lisboa, 21 de Maio de 1922) D. Maria Adelaide van Zeller de Castro Pereira (Sintra, 11 de Agosto de 1897 - ?); neto paterno de Francisco Pinto Balsemão e bisneto paterno de Henrique António Patrício; bisneto materno de Rodrigo Delfim Pereira, filho bastardo de Pedro IV de Portugal e da Baronesa de Sorocaba; primo em segundo grau de Teresa, António e Alexandre Patrício Gouveia.
Estudou no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa. Francisco Pinto Balsemão completou a licenciatura em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Terminada a licenciatura, foi cumprir o serviço militar, na Força Aérea Portuguesa. Aqui tornou-se ajudante do coronel Kaúlza de Arriaga, e, em seguida, chefe de redação do respetivo meio de informação oficial, a revista Mais Alto.
Cumprido o serviço militar, foi realizar o estágio de advocacia, no escritório de Pedro Soares Martínez.
Em concílio com a atividade de advogado, Francisco Pinto Balsemão iniciou a sua colaboração com o Diário Popular, que era controlado pelo seu tio, Francisco como ele. Nesse jornal vespertino, exerceu a função de secretário da Direção.
Foi professor associado convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, entre 1987 e 2002.
Foi membro do Conselho Consultivo da Universidade de Lisboa (2007-2009), presidente do Conselho da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (Maio 2009) e membro do Conselho Consultivo do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão) desde Abril de 2010.
A ligação de Balsemão ao jornalismo e à imprensa remonta a 1961, quando assumiu a chefia de redação da revista Mais Alto, órgão de comunicação da Força Aérea Portuguesa.

Em seguida, foi secretariar a direção do Diário Popular, até 1963, passando a integrar o respetivo Conselho de Administração desse matutino, em1965. Deixou esse cargo em 1971.
O ingresso como administrador do Diário Popular deve-se ao facto de o tio de Francisco Pinto Balsemão ser acionista desse jornal. De resto, a ligação da sua família à imprensa remonta ao avô paterno, também ele chamado Francisco Pinto Balsemão, originário do Sabugal, distrito da Guarda. Precisamente na Guarda, o avo Balsemão, comerciante e apoiante da Primeira República, fundara o Jornal do Povo, primeiro semanário republicano de província, e O Combate, outro jornal comprometido com a intervenção republicana.
Afastado do Diário Popular, Francisco Pinto Balsemão resolve criar o seu próprio projeto jornalístico, inspirado nos semanários que se publicavam noutros países da Europa.
Nasce assim o semanário Expresso, chegado as bancas em princípios do ano de 1973, jornal que, além de um papel importante na transição para a democracia, tornar-se-ia num dos mais prestigiados títulos da imprensa portuguesa.
Francisco Pinto Balsemão foi o seu primeiro diretor, até 1979, ano em que lhe sucedeu Marcelo Rebelo de Sousa, que era também jornalista e pequeno acionista do jornal.
O jornal seria a base da constituição de um grupo de comunicação social, suportado na holding Impresa, SGPS, SA, através do qual entrou no mercado da televisão, após a liberalização do setor audiovisual, ocorrida durante o governo de Aníbal Cavaco Silva.
A SIC – Sociedade Independente de Comunicação, SA, é detida a 100% pela Impresa e teve Pinto Balsemão como presidente do Conselho de Administração. De resto, a Impresa é proprietária da sub-holding Impresa Publishing, que além do Expresso, detém a revista Blitz,. A Impresa detém ainda 100% da InfoPortugal e 75% do site Olhares. Na distribuidora VASP detém 33,33%, 22,35% na Agência Lusa e 15% na Nonius Soft (tecnologias de entretenimento para a indústria hoteleira).

Nos últimos anos do Estado Novo, mais precisamente após as eleições legislativas portuguesas de 1969, foi deputado à Assembleia Nacional, representando a chamada "Ala Liberal", juntamente com José Pedro Pinto Leite, Sá Carneiro, Magalhães Mota, Mota Amaral, Miller Guerra, entre outros, que rompeu com os cânones de uma linha mais dura. Demitiu-se desse cargo após a saída de Sá Carneiro, em 1973.
Após o 25 de Abril de 1974, precisamente ao lado de Francisco Sá Carneiro e Joaquim Magalhães Mota, Pinto Balsemão foi um dos três membros fundadores do Partido Popular Democrático (PPD), actual PSD.
Foi deputado eleito à Assembleia Constituinte, de 1975 a 1976, e seu vice-presidente, e à Assembleia da República, em 1979, 1980 e 1985.
Balsemão com o Presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, durante a sua visita a Washington (Dezembro de 1982)
Com a vitória da Aliança Democrática nas legislativas de 1979, estreou-se no governo, como Ministro de Estado Adjunto do Primeiro-ministro no VI Governo Constitucional (1980-1981), chefiado por Francisco Sá Carneiro.
Com a morte deste, em dezembro de 1980, no trágico Acidente de Camarate, Pinto Balsemão viria a ocupar o cargo de primeiro-ministro do VII Governo Constitucional (1981) e do VIII Governo Constitucional (1981-1983), ainda com o apoio da AD (coligação entre o PSD, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico).
Fundador e presidente do Conselho de Administração do Instituto para o Progresso Social e Democracia (de 1983 a 1986) e presidente do seu Conselho Geral (de 1987 a 1989) sendo, desde 1998, presidente do Conselho Geral do Instituto Sá Carneiro.
Foi membro do Conselho de Estado (Julho 2005). Foi membro da Comissão para a Revisão do Conceito Estratégico da Defesa Nacional (Junho 2012).