Este Memorial foi criado em homenagem a João António Silveira mais conhecido por "Sr. Vinagre", que a sua memória dure para sempre.
Olá Pai!
Se fosses vivo, completavas agora 101 anos... Infelizmente, deixaste-nos há muito, era eu ainda menino :-(
Mas, pai, tenho muito orgulho em ti, e continuas a ser recordado por toda a gente, que fazem muita honra em te ter conhecido!
Mesmo já tendo passado 49 anos desde que nos deixaste, nunca me esqueço de ti.
Um grande, GRANDE, abraço
Se fosses vivo, completavas agora 101 anos... Infelizmente, deixaste-nos há muito, era eu ainda menino :-(
Mas, pai, tenho muito orgulho em ti, e continuas a ser recordado por toda a gente, que fazem muita honra em te ter conhecido!
Mesmo já tendo passado 49 anos desde que nos deixaste, nunca me esqueço de ti.
Um grande, GRANDE, abraço
Escrevo em vez de alguém, cujo filho me disse que ficou muito contente e emocionada ao ver este Memorial.
Também eles são naturas da Idanha e o Sr. Vinagre era das suas relações e terá inclusive tocado no seu casamento.
É por isto que vale a pena a inmemorium.pt existir.
Também eles são naturas da Idanha e o Sr. Vinagre era das suas relações e terá inclusive tocado no seu casamento.
É por isto que vale a pena a inmemorium.pt existir.
O Senhor Vinagre tinha o carisma de uma personagem que se dava pelos outros. Assim, naquela época de sessenta, onde mais o recordo, conseguiu reunir a juventude, num grupo heterogéneo das classes trabalhadoras, e algumas crianças, nas quais me incluia num grupo folclórico.Foi tal o sucesso que mesmo com a escassez de transportes, das freguesias vizinhas vinham assistir aos desfiles e ás festas populares. Era um homem de bem. Sábio a orientar e a extrair de cada um aquilo que melhor tinha para oferecer. Merece todo o meu respeito, e gratidão.Fez-me crescer como pessoa.
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Olá Pai!
Se fosses vivo, completavas agora 101 anos... Infelizmente, deixaste-nos há muito, era eu ainda menino :-(
Mas, pai, tenho muito orgulho em ti, e continuas a ser recordado por toda a gente, que fazem muita honra em te ter conhecido!
Mesmo já tendo passado 49 anos desde que nos deixaste, nunca me esqueço de ti.
Um grande, GRANDE, abraço
Se fosses vivo, completavas agora 101 anos... Infelizmente, deixaste-nos há muito, era eu ainda menino :-(
Mas, pai, tenho muito orgulho em ti, e continuas a ser recordado por toda a gente, que fazem muita honra em te ter conhecido!
Mesmo já tendo passado 49 anos desde que nos deixaste, nunca me esqueço de ti.
Um grande, GRANDE, abraço
Escrevo em vez de alguém, cujo filho me disse que ficou muito contente e emocionada ao ver este Memorial.
Também eles são naturas da Idanha e o Sr. Vinagre era das suas relações e terá inclusive tocado no seu casamento.
É por isto que vale a pena a inmemorium.pt existir.
Também eles são naturas da Idanha e o Sr. Vinagre era das suas relações e terá inclusive tocado no seu casamento.
É por isto que vale a pena a inmemorium.pt existir.
O Senhor Vinagre tinha o carisma de uma personagem que se dava pelos outros. Assim, naquela época de sessenta, onde mais o recordo, conseguiu reunir a juventude, num grupo heterogéneo das classes trabalhadoras, e algumas crianças, nas quais me incluia num grupo folclórico.Foi tal o sucesso que mesmo com a escassez de transportes, das freguesias vizinhas vinham assistir aos desfiles e ás festas populares. Era um homem de bem. Sábio a orientar e a extrair de cada um aquilo que melhor tinha para oferecer. Merece todo o meu respeito, e gratidão.Fez-me crescer como pessoa.
Galeria
Casamento do Ricardo Pissarra
Festa de angariação de dinheiro para os bancos da Igreja
Cinema de Idanha-a-Nova
João António Silveira - Acordeonista
História com a Rita Nunes
Ponsul Jazz - !º grupo de Jazz da Idanha, com o meu pai ao Acordeon
À porta da Barbearia Mimosa
Barbearia Mimosa, a Barbearia de João António Silveira
João António Silveira em convívio com amigos, na Quinta das Laranjeiras
Histórias recentes
À porta da formosa Barbearia Mimosa
Há retratos, que nos roubam a vista deixando-nos de olhos arregalados, acesos pela magia dedicada às recordações doutros tempos. Olhares de espanto. O coração desprevenido quer saltar cá para fora com o alvoroço das figuras fotografadas (tão sumidas). É impossível que eu deixe escapar tudo o que há para ver nessas fotos: bisavós acarcoujados, amigos tão familiares da nossa casa, cavaladas de romeiros, convívios de artífices. São as imagens das memórias que se tornam nos instantes de cada um de nós.
- E este, quem é? - O retrato, com setenta anos, desvela o comércio de tradição idanhense, o qual morrerá tempos depois.
Dois homens e um cachopo dos seus quinze anos são apanhados à porta da formosa Barbearia Mimosa.
Dois painéis, enquadrados em molduras de madeira com tampas de vidro, estão dependurados da parede onde se expôem horários, preçários de fazer a barba e de cortar o cabelo, novidades úteis aos clientes.
Reconheço o barbeiro e o aprendiz. Envergam casacas alvíssimas, apropriadas à profissão. Muito me admira a pose do homem engravatado, o qual veste casaco preto e camisa branca. Tem boné de pala à militar. O desconhecido não é da minha alimbrança.
- Quem pode ter sido? - As mãos agarram em bilhetes de lotaria e maços de cautelas soltas. Os pés alinham-se com a câmara fotográfica. A bigodaça disfarça-se de meio sorriso, em perfil. Só por isso vale a pena arriscar, às apalpadelas, o nome do fulano. tenho a certeza. É a figura do cauteleiro daquela época: o senhor cabo Silva, vendedor da sorte grande. Conheço-o já velho, estropiado e a mancar no Largo de Nossa Senhora do Rosário. Ele tem a cabeça azoinada pelos desgostos conjugais. Lembro-me de o ouvir a falar muito alto e do rapazio o gozar de palanque repetindo a frase:
- É cabo e não manda nada! - É cabo e não manda nada!
- Quem cospe pró ar! Quem cospe pró ar! - Replica o cabo Silva a bater palmas e a dar estalos com os lábios. Renega o mando da tropa-fandanga. Faz-se moita. Assobia aos cães enrolados no baturel da Mar Cristina. Ele anda a dar facho atraído pela música de vanguarda. Alguém lhe diz que o espírito do jazz entra à solta pelo alumiar da porta da Barbearia Mimosa. O entusiasmo pela improvisação musical liberta-lhe tempo e prende-lhe ideias: a popularidade da Filarmónica Idanhense, a Glenn Miller AAF Orchestra do exército americano na Europa, a fauna ávida de surpresas à custa dos sons característicos de concertos de jazz.
Porto, 14 de Outubro de 2014
Fernando Morão
in o jornal "Raiano"
- E este, quem é? - O retrato, com setenta anos, desvela o comércio de tradição idanhense, o qual morrerá tempos depois.
Dois homens e um cachopo dos seus quinze anos são apanhados à porta da formosa Barbearia Mimosa.
Dois painéis, enquadrados em molduras de madeira com tampas de vidro, estão dependurados da parede onde se expôem horários, preçários de fazer a barba e de cortar o cabelo, novidades úteis aos clientes.
Reconheço o barbeiro e o aprendiz. Envergam casacas alvíssimas, apropriadas à profissão. Muito me admira a pose do homem engravatado, o qual veste casaco preto e camisa branca. Tem boné de pala à militar. O desconhecido não é da minha alimbrança.
- Quem pode ter sido? - As mãos agarram em bilhetes de lotaria e maços de cautelas soltas. Os pés alinham-se com a câmara fotográfica. A bigodaça disfarça-se de meio sorriso, em perfil. Só por isso vale a pena arriscar, às apalpadelas, o nome do fulano. tenho a certeza. É a figura do cauteleiro daquela época: o senhor cabo Silva, vendedor da sorte grande. Conheço-o já velho, estropiado e a mancar no Largo de Nossa Senhora do Rosário. Ele tem a cabeça azoinada pelos desgostos conjugais. Lembro-me de o ouvir a falar muito alto e do rapazio o gozar de palanque repetindo a frase:
- É cabo e não manda nada! - É cabo e não manda nada!
- Quem cospe pró ar! Quem cospe pró ar! - Replica o cabo Silva a bater palmas e a dar estalos com os lábios. Renega o mando da tropa-fandanga. Faz-se moita. Assobia aos cães enrolados no baturel da Mar Cristina. Ele anda a dar facho atraído pela música de vanguarda. Alguém lhe diz que o espírito do jazz entra à solta pelo alumiar da porta da Barbearia Mimosa. O entusiasmo pela improvisação musical liberta-lhe tempo e prende-lhe ideias: a popularidade da Filarmónica Idanhense, a Glenn Miller AAF Orchestra do exército americano na Europa, a fauna ávida de surpresas à custa dos sons característicos de concertos de jazz.
Porto, 14 de Outubro de 2014
Fernando Morão
in o jornal "Raiano"
O Ponsul Jazz
Deve ter sido bastante divertido assistir-se à génese do agrupamento Ponsul Jazz, ao estilo preferido da década dos anos 40. É boa! O grupo pinta a manta na Barbearia Mimosa, a qual se situa na loja da senhora Andreia. O cauteleiro toca barimbau só nos ensaios. Faz vibrar a lingueta de ferro, entalada entre os dentes, com o dedo indicador da mão direita. Com alguma surpresa, aquele lambão apregoa a receita:
- Compra a sorte, ò João António.
Pois bem, sorte é o ambiente sonoro oferecido pela Barbearia do senhor João António, que é folclorista (regente do rancho etnográfico) e acordeonista de gema. No plano instrumental, é autodidacta, mas é um virtuoso do acordeão. Dotado de raro talento para a música, mostra-se criativo tanto nos acordes, como na técnica de composição. Quando toca o Corridinho da Mar dos Santos, quer meças com a rainha (Eugénia Lima). Como dinamizador musical de coturno, mete-se em tudo. Ele é capaz de pôr a juventude em marcha quer nos arraiais e nos balhos, quer nas modas de roda e nos teatros populares. No acordeão, carrega emoções fortes da band-jazz, que parecem ouvir-se sempre pela primeira vez. O cabo silva encarrapitcha-se na cadeira da barbearia, quando entram, um a um, os músicos que completam o sexteto de jazz; à frente, o Zéi Ramos Constantino (o Caixa), que é multi-instrumentista e o melhor baterista idanhense, é uma máquina de fazer swing. O nosso cabo, que anda ranhido com alguns filarmónicos, fica embezerrado pela chegada do Manuel Vinagre (alfaiate e saxofonista) e do Tónho Requinta (sapateiro e clarinetista).
E quer saber:
- Ei-lha lá. ò João António, quem são os do trombone? - Julgo que são o Jquim Vinagre e o Jquim Barroso. o grupo, que improvisa músicas cuja sensação de beleza salta aos olhos, prepara-se para sair bem na fotografia: veste-se ao jeito de músicos afro-americanos (calças pretas vincadas e blusas de chifom vermelho com golas altas).
Chega o momento histórico. O senhor retratista, consciente do acto de fotografar, ajeita as poses dos fotografados aos eu olhar. Evita estratagemas de repetição. Antecipa-se ao juízo da posteridade.
Eu nunca me canso de ouvir a música de jazz que há naquele retrato.
Porto, 14 de Outubro de 2014
Fernando Morão
in o jornal "Raiano"
- Compra a sorte, ò João António.
Pois bem, sorte é o ambiente sonoro oferecido pela Barbearia do senhor João António, que é folclorista (regente do rancho etnográfico) e acordeonista de gema. No plano instrumental, é autodidacta, mas é um virtuoso do acordeão. Dotado de raro talento para a música, mostra-se criativo tanto nos acordes, como na técnica de composição. Quando toca o Corridinho da Mar dos Santos, quer meças com a rainha (Eugénia Lima). Como dinamizador musical de coturno, mete-se em tudo. Ele é capaz de pôr a juventude em marcha quer nos arraiais e nos balhos, quer nas modas de roda e nos teatros populares. No acordeão, carrega emoções fortes da band-jazz, que parecem ouvir-se sempre pela primeira vez. O cabo silva encarrapitcha-se na cadeira da barbearia, quando entram, um a um, os músicos que completam o sexteto de jazz; à frente, o Zéi Ramos Constantino (o Caixa), que é multi-instrumentista e o melhor baterista idanhense, é uma máquina de fazer swing. O nosso cabo, que anda ranhido com alguns filarmónicos, fica embezerrado pela chegada do Manuel Vinagre (alfaiate e saxofonista) e do Tónho Requinta (sapateiro e clarinetista).
E quer saber:
- Ei-lha lá. ò João António, quem são os do trombone? - Julgo que são o Jquim Vinagre e o Jquim Barroso. o grupo, que improvisa músicas cuja sensação de beleza salta aos olhos, prepara-se para sair bem na fotografia: veste-se ao jeito de músicos afro-americanos (calças pretas vincadas e blusas de chifom vermelho com golas altas).
Chega o momento histórico. O senhor retratista, consciente do acto de fotografar, ajeita as poses dos fotografados aos eu olhar. Evita estratagemas de repetição. Antecipa-se ao juízo da posteridade.
Eu nunca me canso de ouvir a música de jazz que há naquele retrato.
Porto, 14 de Outubro de 2014
Fernando Morão
in o jornal "Raiano"
Estrelas cadentes
A recordação que tenho do teu pai é de certa forma engraçada: na escadaria do coro da igreja vi uma estrela cadente, desatei aos berros que tinha visto uma estrela candente.
O teu pai e muito bem corrigiu e ensinou-me a pedir um desejo o que ainda faço.
Sempre que vejo uma estrela cadente me lembro dele.
Paz à sua alma
Maria Rita Santos Nunes
in: Facebook
O teu pai e muito bem corrigiu e ensinou-me a pedir um desejo o que ainda faço.
Sempre que vejo uma estrela cadente me lembro dele.
Paz à sua alma
Maria Rita Santos Nunes
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