In Memorium
O meu melhor Amigo partiu. Deixou-nos um legado difícil algum de nós sequer poder alcançar.
Homem de trabalho, sério, honesto, justo, simples, um ser humano como há poucos. Não procurava conflitos nem divergências, procurou sempre a palavra certa no momento certo. Sim, assertivo, actual e bondoso. Não teve uma vida fácil, perdeu a Mãe muito cedo, combateu na guerra colonial na Guiné, não queria lá estar, nem percebia porque ali foi parar. Sobreviveu com algumas sequelas, sobretudo as emocionais e psicológicas. O trauma viveu sempre com ele. 
Quando eu nasci, o primeiro pensamento foi livrar-me daquele terror. Viveu o 25 de abril, não era extremista. Tanto estava de acordo com as gentes de esquerda ou de direita. No fundo era sensato e pensava pela sua própria cabeça. Foi um fervoroso sócio do Belenenses, até que o coração começou a pregar-lhe partidas, a partir daí, bola só em casa. Proporcionou-me uma festa de casamento e uma lua de mel muito feliz. Nós retribuímos com uma neta que amava de paixão. O grande Amor da vida dele. Foi com o seu muito suor que nos proporcionou uma vida confortável. Trabalhava se fosse preciso de domingo a domingo, mesmo depois de ter tido 3 enfartes. Foram 62 anos de trabalho. A reforma gozou-a 2,5 meses, depois veio a pandemia, e foi aqui que se afundou na tristeza, para me proteger porque eu sou de Risco, para proteger a família. Cumprimos escrupulosamente com as normas, e claro não foi o vírus que o levou mas sim as preocupações, com a sua saúde, com a minha saúde, com a minha Mãe e claro com o futuro da neta e da afilhada a minha mulher. Partiu sem aviso prévio, num domingo por volta das 19:39 depois de mais uma noite de insónia. Ficou a faltar uma despedida, não me perdoo por não ter falado com ele naquele dia fatídico, nem no anterior. Tínhamos falado na ante véspera, como fazíamos quase todos os dias.
Viu a neta pela última vez no dia 24 de dezembro, lá do alto do terceiro andar, foi nesse dia que me viu também a mim e a minha mulher. Estou em crer que ainda olhou para mim e para a minha mulher antes de partir. A última pessoa com quem falou foi a minha Mãe, quem esteve ao lado dele 54 anos e quem esteve com ele nos últimos minutos da vida terrena.
O que eu faria para o abraçar uma única só vez, para dizer-lhe o quanto o amava, e quanto orgulho eu tinha em dizer que era meu Pai. Viverá para sempre, na nossa memória e no nosso coração. Até um dia destes meu Pai e obrigado por tudo, muito obrigado
Este tributo foi publicado por Nuno Ribeiro em 22 de fevereiro de 2024
Há 3 anos perdi o meu melhor amigo.
Amo-te papá !
Este tributo foi publicado por Nuno Ribeiro em 14 de março de 2021
Um dia voltaremos a encontrar-nos.
Até lá, olha por nós, por agora a tua memória mantém-se viva nos nossos corações.
Jamais te esqueceremos, estaremos sempre juntos !

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Há 3 anos perdi o meu melhor amigo.
Amo-te papá !
Este tributo foi publicado por Nuno Ribeiro em 14 de março de 2021
Um dia voltaremos a encontrar-nos.
Até lá, olha por nós, por agora a tua memória mantém-se viva nos nossos corações.
Jamais te esqueceremos, estaremos sempre juntos !
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Partilhado por Nuno Ribeiro em 14 de março de 2021
O meu melhor Amigo partiu. Deixou-nos um legado difícil algum de nós sequer poder alcançar.
Homem de trabalho, sério, honesto, justo, simples, um ser humano como há poucos. Não procurava conflitos nem divergências, procurou sempre a palavra certa no momento certo. Sim, assertivo, actual e bondoso. Não teve uma vida fácil, perdeu a Mãe muito cedo, combateu na guerra colonial na Guiné, não queria lá estar, nem percebia porque ali foi parar. Sobreviveu com algumas sequelas, sobretudo as emocionais e psicológicas. O trauma viveu sempre com ele. 
Quando eu nasci, o primeiro pensamento foi livrar-me daquele terror. Viveu o 25 de abril, não era extremista. Tanto estava de acordo com as gentes de esquerda ou de direita. No fundo era sensato e pensava pela sua própria cabeça. Foi um fervoroso sócio do Belenenses, até que o coração começou a pregar-lhe partidas, a partir daí, bola só em casa. Proporcionou-me uma festa de casamento é uma lua de mel muito feliz. Nós retribuímos com uma neta que amava de paixão. O grande Amor da vida dele. Foi com o seu muito suor que nos proporcionou uma vida confortável. Trabalhava se fosse preciso de domingo a domingo, mesmo depois de ter tido 3 enfartes. Foram 62 anos de trabalho. A reforma gozou-a 2,5 meses, depois veio a pandemia, e foi aqui que se afundou na tristeza, para me proteger porque eu sou de Risco, para proteger a família. Cumprimos escrupulosamente com as normas, e claro não foi o vírus que o levou mas sim as preocupações, com a sua saúde, com a minha saúde, com a minha Mãe e claro com o futuro da neta e da afilhada a minha mulher. Partiu sem aviso prévio, num domingo por volta das 19:39 depois de mais uma noite de insónia. Ficou a faltar uma despedida, não me perdoo por não ter falado com ele naquele dia fatídico, nem no anterior. Tínhamos falado na ante véspera, como fazíamos quase todos os dias.
Viu a neta pela última vez no dia 24 de dezembro, lá do alto do terceiro andar, foi nesse dia que me viu também a mim e a minha mulher. Estou em crer que ainda olhou para mim e para a minha mulher antes de partir. A última pessoa com quem falou foi a minha Mãe, quem esteve ao lado dele 54 anos e quem esteve com ele nos últimos minutos da vida terrena.
O que eu faria para o abraçar uma única só vez, para dizer-lhe o quanto o amava, e quanto orgulho eu tinha em dizer que era meu Pai. Viverá para sempre, na nossa memória e no nosso coração. Até um dia destes meu Pai e obrigado por tudo, muito obrigado