In Memorium
Histórias de Diamantino

“Coroa dos velhos são os filhos dos filhos e glória dos filhos são os pais.” Provérbios 17.6

Partilhado por Alfredo Marques em 25 de maio de 2022
Quando os tempos se tornam difíceis, as tribulações surgem e as doenças parecem vencer-nos tendemos a não reconhecer o que é eterno ofuscados que estamos pela visão do imediato.

Começamos pela nostalgia e, pouco a pouco, vamos percorrendo o caminho que nos leva à melancolia. E aqui chegados, frequentemente nos questionamos sobre o sentido da vida.

Viajo nas memórias até à minha infância e nelas vou passando as imagens fotográficas daqueles tempos passados na praia da Quarteira, como se ainda estivesse sentado no chão a olhar na tela os slides colocados no suporte que o tio Diamantino projeta na tela. E elas ganham vida. Passam a ser um filme também realizado pelo tio que o mostra agora à família. Olho para o lado e estou lá novamente junto das primas. Cada uma na sua postura de sempre. Todas diferentes. Cada uma cumprindo a sua função. Juntos como sempre estaremos.

O que retenho? O tio Diamantino no seu porte atlético e a sua voz. Aquela voz que associo à determinação e ao fazer, talvez porque a memória mais antiga que tenho dele seja quando me levou no seu carro para uma obra de construção e ouvi-o a dar instruções a outros homens que o rodeavam.

Regresso ao presente. Sim, a vida pode ficar mais triste. Pode até perder sentido quando os tempos se tornam difíceis.

Mas a verdade permanece. “Coroa dos velhos são os filhos dos filhos…”

O tio Diamantino viveu rodeado pela sua família. Pelas suas ministras: a do interior e a do exterior como ele por vezes repetia-me divertido e afável. Mas também pelas netas que viu crescer e finalmente pela bisneta cujo nome está apropriadamente associado à vitória e à imortalidade.

A vida do tio Diamantino fez todo o sentido e a Isabel, a Luísa, a Patrícia, a Mafalda e a Laura tem motivos para afirmarem orgulhosamente a sua descendência tal como está escrito “e a glória dos filhos são os pais”.

Volto às minhas memórias de infância e ao momento em que fechado no carro vejo o tio Diamantino a falar com os outros homens naquela obra. Certamente não muito longe do Freixial. E recordo-me de chorar. De chorar porque o deixei de ver e não sei onde está, medo de o perder e de ficar perdido. Até que o vejo de novo e ouço a sua voz calma e tranquila. “Estou aqui. O tio não se esqueceu de ti, estou aqui!”.

- Eu sei tio. Como naquele momento voltarei a estar contigo. Quando as coisas velhas tiveram já passado e tudo se tiver feito de novo.

Partida e chegada

Partilhado por Judite Fiúza em 7 de maio de 2022
A partida e a separação são uma constante desta vida que vivemos em correria, mas não são o fim, apenas e tão somente uma passagem para uma outra vida, onde nos encontraremos e compreenderemos o porquê de tantos mistérios.

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