O Nascimento (por Lia Teles)
Marcio completaria hoje 42 anos. É, portanto, o primeiro aniversário sem a sua presença física. São 5 horas da manhã e estou desperta. O pensamento e o coração viajando no tempo e chego no dia 18 de janeiro de 1983.
Na noite anterior, dia 17, fui levada ao hospital São Geraldo com os primeiros sinais do parto. Curiosamente, eu não sentia dores da dilatação iniciada no colo do útero. E por ser assim, lembro do apartamento sendo invadido por irmãos e irmãs a sorrir, contar piada em grande algazarra. Às 22 horas, a enfermeira chefe a sorrir, expulsou todos dali, justificando que a parturiente precisava descansar. Assim foi feito e lembrei-me da observação dela: “Esse menino está chegando com muita alegria!”
Talvez isso justifique aquele sorriso sempre enfeitando o rosto do nosso amado Márcio.
Dormi com uma única preocupação: o meu médico, Dr. Ezau Matos, encontrava-se em viagem, com retorno previsto para aquela noite ou no dia seguinte. Sonhei que naquele apartamento entrava risonho o Dr Ezau, dizendo que o neto dele (ele chamava de neto todos os filhos das mulheres que ele ajudava a nascer) estava esperando a sua chegada.
Qual não foi a minha surpresa quando, eu já acordada, entre 4:30 a 5 da manhã do dia 18, adentra pelo apartamento o meu médico, já paramentado, com o sorriso e as palavras do meu sonho.
Rapidamente fez o exame de toque. Dilatação completa. Fui encaminhada para a sala de parto.
Entre a indução do parto, rompimento da bolsa e o nascimento de Márcio foi tudo muito rápido.
Foi assim que iniciei esse mesmo dia 18, quarenta e dois anos mais tarde. E foi entre o peso da saudade sem alivio e lembranças que me presentearam com sorrisos, que retornei a José Saramago: “ O fim de uma viagem é apenas o começo da outra. A viagem nunca acaba. Só os viajantes chegam ao fim de uma estação chamada vida. E mesmo assim, estes prolongam-se em memórias, em lembranças, em narrativas.”
Para expressar -me em palavras sobre o dia de hoje, 18 de janeiro, 2025, pedi licença a José Saramago, e busquei na memória algo escrito por ele.
Texto escrito por Lia Teles, mãe de Márcio, em 11 de janeiro de 2025.
Na noite anterior, dia 17, fui levada ao hospital São Geraldo com os primeiros sinais do parto. Curiosamente, eu não sentia dores da dilatação iniciada no colo do útero. E por ser assim, lembro do apartamento sendo invadido por irmãos e irmãs a sorrir, contar piada em grande algazarra. Às 22 horas, a enfermeira chefe a sorrir, expulsou todos dali, justificando que a parturiente precisava descansar. Assim foi feito e lembrei-me da observação dela: “Esse menino está chegando com muita alegria!”
Talvez isso justifique aquele sorriso sempre enfeitando o rosto do nosso amado Márcio.
Dormi com uma única preocupação: o meu médico, Dr. Ezau Matos, encontrava-se em viagem, com retorno previsto para aquela noite ou no dia seguinte. Sonhei que naquele apartamento entrava risonho o Dr Ezau, dizendo que o neto dele (ele chamava de neto todos os filhos das mulheres que ele ajudava a nascer) estava esperando a sua chegada.
Qual não foi a minha surpresa quando, eu já acordada, entre 4:30 a 5 da manhã do dia 18, adentra pelo apartamento o meu médico, já paramentado, com o sorriso e as palavras do meu sonho.
Rapidamente fez o exame de toque. Dilatação completa. Fui encaminhada para a sala de parto.
Entre a indução do parto, rompimento da bolsa e o nascimento de Márcio foi tudo muito rápido.
Foi assim que iniciei esse mesmo dia 18, quarenta e dois anos mais tarde. E foi entre o peso da saudade sem alivio e lembranças que me presentearam com sorrisos, que retornei a José Saramago: “ O fim de uma viagem é apenas o começo da outra. A viagem nunca acaba. Só os viajantes chegam ao fim de uma estação chamada vida. E mesmo assim, estes prolongam-se em memórias, em lembranças, em narrativas.”
Para expressar -me em palavras sobre o dia de hoje, 18 de janeiro, 2025, pedi licença a José Saramago, e busquei na memória algo escrito por ele.
Texto escrito por Lia Teles, mãe de Márcio, em 11 de janeiro de 2025.