Memorial em homenagem à vida de um homem que prezou a família e teve uma vida provavelmente difícil no início mas depois feliz e tranquila. Este Memorial pretende ter histórias, relatos e opiniões que perdurem para todos os seus descendentes, mesmo os que ainda não nasceram. Se conheceu o Diamantino esteja à vontade para partilhar as vossas histórias.
Por ser verdade e universal:
Aqueles que passam por nós não vão sós.
Deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós.
Antoine de Saint-Exupéry
Aqueles que passam por nós não vão sós.
Deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós.
Antoine de Saint-Exupéry
Teve uma vida longa, uma infância sem luxos e provavelmente difícil, conseguiu distinguir-se na pequena aldeia, com o ofício de barbeiro, com a taberna e até com o fabrico de pólvora. Privilegiou a família e nunca foi de excessos. Foi um Pai presente, castigou quando era merecido, obrigou quando era preciso e foi permitindo já que me competia arriscar e tentar voar. Creio que em vida terá ficado ciente deste minha gratidão, mas agora pode ser que também ouça, Obrigado Pai!
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Por ser verdade e universal:
Aqueles que passam por nós não vão sós.
Deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós.
Antoine de Saint-Exupéry
Aqueles que passam por nós não vão sós.
Deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós.
Antoine de Saint-Exupéry
Teve uma vida longa, uma infância sem luxos e provavelmente difícil, conseguiu distinguir-se na pequena aldeia, com o ofício de barbeiro, com a taberna e até com o fabrico de pólvora. Privilegiou a família e nunca foi de excessos. Foi um Pai presente, castigou quando era merecido, obrigou quando era preciso e foi permitindo já que me competia arriscar e tentar voar. Creio que em vida terá ficado ciente deste minha gratidão, mas agora pode ser que também ouça, Obrigado Pai!
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Texto publicado por Paulo Alcobia em Imagens e Notícias de Ferreira do Zêzere a 25jan2022
Por ser ilustrativo da época e porque também nós habitámos uma casa de porteira, onde dei os meus primeiros passos Rua Dom Luís de Noronha, julgo importante ficar aqui este documento. Créditos no fim.
Os "Patos Bravos" e os "Ouriços Cacheiros"
(parte 2)
Dissertámos, ontem, sobre a importância dos Tomarenses na expansão urbana da capital durante o século XX devendo-se-lhe artérias, largos ou praças, como a elegante Praça de Londres, cuja imagem aqui partilhamos, desenhada em 1938 pelo arquiteto e urbanista João Faria da Costa e construída quase exclusivamente por "Patos Bravos" com destaque, nesta praça, para a ação do "Bando dos Narcisos" e do "Bando dos Vicentes", este criado pelo meu avó materno, que ali construiu prédios e fundou, com 3 outros sócios, todos tomarenses, em 1946, a Pastelaria Mexicana.
Já poucos se recordam da utilização deste substantivo coletivo mas originalmente, alguns destes bandos, adotavam o apelido do seu fundador, outros o da aldeia de onde eram originários os seus componentes.
Curiosamente, bando é também um dos substantivos coletivos utilizados para identificar um grupo de Patos Bravos.
Menos consensual é a origem epíteto "Pato Bravo".
Ontem, o Dr. Nuno Ribeiro, referiu aqui que "a técnica de construção de gaiola, era a nova tecnologia anti-sísmica, os pedreiros pareciam patos no interior de toda essa estrutura...". Outras versões, porém, apresentam origens diferentes.
Dos construtores da geração do meu avô, que entrevistei, uns disseram que tal como os Patos Bravos "que voam num alinhamento triangular e onde pousam os primeiros pousam todos os demais" também onde "aqueles três construtores pioneiros começavam a construir, os demais seguiam-nos".
É bem verdade que entre os "bandos" existiam laços de companheirismo e amizade e que, não raras vezes, se emprestavam materiais, ferramentas, mão-de-obra, dinheiro, (...), o que fosse preciso. Havia apenas algo que os Patos Bravos não toleravam, o incumprimento da palavra dada.
Uma outra teoria que recolhi, refere que por altura da construção dos prédios das artérias paralelas e transversais da Avenida da Republica, em dias de muita chuva, os Tomarenses colocavam umas capas improvisadas e nem a intempérie ou a lama os impediam de avançar com a obra, "Pareciam uns patos bravos a saltar por cima da lama com as suas capas, quando todos os demais se resguardavam da chuva".
A este respeito referia a minha avó que "Só havia uma alcunha que todos abominavam, a de gaioleiros", o termo gaioleiro, era depreciativo quer por desprestigiar as suas obras, quer porque o termo tinha uma conotação negativa associada à má construção a qual, no primeiro quartel do século XX, esteve mesmo na origem de algumas derrocadas que causaram vários feridos e mortos, e relativamente às quais, os Tomarenses tinham grande aversão.
Resta acrescentar que durante as primeiras décadas, estes construtores, independentemente da idade, regra geral, vinham trabalhar para Lisboa, deixando mulher e filhos, na terra.
Alguns houve que viveram uma vida inteira entre viagens, sem se radicarem em definitivo na capital.
Os Ouriços Cacheiros
O primeiro êxodo expressivo dos Ferreirenses para Lisboa teve início na segunda metade do século XIX. A sua predominância no comércio de Lisboa foi tal que no primeiro quartel do século XX eram já perto de meia centena os estabelecimentos da baixa Lisboeta adquiridos ou fundados por compatriotas nossos e de entre estes pontificavam os Grandes Armazéns do Chiado, de que era sócio António Jacinto Cotrim da Cruz, da freguesia do Beco (também sócio dos Grandes Armazéns Alcobia) e os Armazéns Eduardo Martins, de Francisco dos Santos, da freguesia de Águas Belas.
Já então havia, também, muitas raparigas da nossa região a servir em Lisboa. Por esta altura não é conhecida qualquer alcunha dada aos nossos patrícios.
No segundo quartel do século XX, no auge da construção das avenidas novas, surge a necessidade de contratar porteiras e é então que algumas das criadas de servir de origem Ferreirense radicadas em Lisboa, mudam de atividade. As condições eram atrativas e incluíam a utilização de casa própria (gratuita ou com renda acessível) e um ordenado com funções de limpeza mas com um horário mais leve.
Não tardou que do concelho de Ferreira começassem a vir jovens casais, elas para servirem como porteiras e eles (porque nessa altura não era bem visto as mulheres viverem sozinhas) tinham, normalmente emprego assegurado na Carris ou na PSP.
A ação do Professor Monteiro e do Chefe Ideias, ambos das Areias, foi determinante. O primeiro porque tinha um genro num lugar de chefia na Carris, o segundo por ter sido figura influente na Polícia Lisboeta, onde fundou da 1ª Divisão de Trânsito. Ambos terão sido responsáveis pela colocação de centenas de compatriotas nossos nestas duas instituições.
Mais tarde, também na Central de Cervejas houve um importante contingente de patrícios nossos.
Por esta altura, muitos dos Tomarenses a que aludimos nesta publicação. continuavam a trabalhar temporadas em Lisboa e a visitar a família pontualmente o que diferia da vasta comunidade Ferreirense cuja emigração se processou em contexto familiar.
Muitas vezes, ainda os Tomarenses davam os acabamentos finais nos prédios, já a porteira e a sua família se instalavam e assim, por comparação, quais Ouriços Cacheiros, que deambulam pelos nossos campos com as crias atrás, os Ferreirenses, ao viajaram juntos para Lisboa, ganharam este cognome, hoje praticamente desconhecido.
Era também assim que os Tomarenses tratavam os Ferreirenses que apareciam nos Bailes da Casa do Concelho de Tomar e foi num desses bailes, que a minha mãe "Pata Brava", conheceu o meu pai "Ouriço Cacheiro", que faria hoje 96 anos se fosse vivo, e a quem dedico esta crónica.
Pesquisa e texto: Paulo Alcobia Neves
Imagem: Praça de Londres (Arquivo Municipal de Lisboa)
Eu Casimiro Graça, lembra-me de em garoto ir há Taberna do ti-Diamantino cortar o cabelo. Ele sentava-me na cadeira e iniciava o corte mas ao chegar outro cliente para beber ou ir á mercearia deixava-me e lá vai atender, quando chegava já estava a dormir na cadeira, então Ele dava-me um calduço no pescoço para eu acordar Tenho muitas boas recordações do ti-Diamantino.